É com grande revolta e tristeza que compartilhamos a seguinte notícia a respeito do fim do inquérito que investigava o suspeito pelas pichações de cunho racista, neonazista e com ameaças de massacre na biblioteca do IEL. Um mês depois da realização dessa ameaça direta a todos os estudantes negros da Unicamp, o indivíduo, que foi identificado através das imagens do circuito interno da biblioteca que mostram seu rosto de diversos ângulos, responderá ao processo em LIBERDADE uma vez que, de acordo com a matéria do G1, “trata-se de crime com menor potencial ofensivo”.

Nós veementemente repudiamos essa decisão da Polícia Civil que ao indiciá-lo e processá-lo apenas por dano ao patrimônio, excluindo o caráter abertamente racista e fascista de suas ações, está invisibilizando a luta de nossos colegas negros pela sua inclusão na universidade pública e negligenciando a violência dessas ações que visam coibir a presença e atuação de pessoas negras nos espaços da universidade.

As ameaças realizadas pelo indivíduo na biblioteca do IEL e em demais institutos e espaços da Unicamp fez com que muitos alunos ficassem com medo de assistir às suas aulas, não se sentindo seguros ao circular pelo campus, principalmente durante a noite. É risível sequer considerar que suas ações tenham sido de “menor potencial ofensivo”, já que a memória de seu ato violento permaneceu influenciando negativamente na rotina dos universitários e afetando a saúde mental de muitos deles. Encaramos com extrema revolta essa resolução, uma perfeita fusão da ineficácia do sistema policial brasileiro e da sociedade intrinsecamente racista na qual estamos inseridos.

https://g1.globo.com/…/unicamp-policia-conclui-inquerito-e-…