A Comissão Eleitoral das eleições do Centro Acadêmico da Linguagem para a gestão de 2021 divulga, a seguir, materiais da chapa Pagu, único grupo inscrito na disputa do pleito.

As eleições ocorrerão entre os dias 14 a 18 de dezembro de 2020, por meio do sistema e-voto, e as instruções estão disponíveis no e-mail institucional dos alunos do Instituto de Estudos da Linguagem.

CHAPA PAGU

Nós, da Chapa Pagu, vemos o Centro Acadêmico da Linguagem (CAL) como uma entidade representativa de um conjunto plural de estudantes e que, portanto, deve ser também plural em sua composição. Já dentre os membros da chapa Pagu, contamos com estudantes dos cursos de Letras, Linguística e Estudos Literários; que estudam no período integral e no noturno; pessoas engajadas na luta estudantil, feminista, LGBTQ+ e negra. Através da organização e mobilização coletiva de todos os setores estudantis, podemos nos munir das ferramentas de transformação social necessárias para a edificação de uma realidade justa e popular.


Confira a nossa carta-programa abaixo!

CARTA-PROGRAMA PARA 2021

Chapa Pagu — Centro Acadêmico da Linguagem (CAL)
1. Pagu

Nós, da Chapa Pagu, escolhemos esse nome, pois a escritora Patrícia Galvão, além de ser uma figura importante para a Literatura Brasileira, representa muito do que propomos e de nossa linha política. Em 1930, foi uma das responsáveis por incendiar o bairro do Cambuci, em São Paulo, ao protestar contra o Governo Provisório; além de ter participado ativamente de uma greve de estivadores na cidade de Santos. Mais tarde, publicou, sob o pseudônimo de Mara Lobo, o romance Parque Industrial, que foi considerado o primeiro romance proletário da literatura brasileira. Com essa narrativa de vida, assim, acreditamos na força simbólica que carrega o nome “Pagu” para representar o Centro Acadêmico do Instituto de Estudos da Linguagem. Este que, por sua vez, tem como uma das prioridades a inserção aliada à permanência da juventude trabalhadora na Universidade e, tal como a escritora, assumimos o dever de lutar contra as injustiças de um sistema que ainda nos oprime. 

Enquanto Chapa Pagu, assumimos a gestão do Centro Acadêmico da Linguagem em 2020. Por ser um ano extremamente atípico, levando em conta o cenário da pandemia do vírus COVID-19, as atividades presenciais na Unicamp foram suspensas. Com isso, a conjuntura nos forçou a modificar o funcionamento do Centro Acadêmico, atuando majoritariamente à distância. Algumas pessoas que compunham a gestão acabaram se afastando, outras se formaram. Entretanto, ainda acreditamos nas propostas, na forma de atuação e na linha política que a Chapa Pagu apresenta. Acreditamos também no contato que estabelecemos com a base dos estudantes e que, com a manutenção do nome da chapa, podemos focar em ampliar esse diálogo com a comunidade do IEL. Ademais, buscamos incluir novos membros no Centro Acadêmico, de modo a manter a entidade ativa e a encorajar a participação de estudantes que ingressaram recentemente no Instituto. Portanto, apresentamos uma chapa fortalecida, que pretende continuar se renovando com a participação de alunos empenhados em atuar politicamente enquanto CAL.

2. O que faz um Centro Acadêmico?

O Centro Acadêmico da Linguagem (CAL) é a entidade representativa dos estudantes de graduação e pós-graduação do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Nossa principal função é fomentar a auto-organização e o desenvolvimento político dos estudantes, utilizando nosso respaldo institucional como ferramenta discente. Dessa forma, cabe ao CA reunir as demandas da base dos estudantes, levá-las ao debate público qualificado e encaminhá-las às devidas instâncias – sejam elas discentes, docentes ou técnico-administrativas. Para isso, é essencial que a entidade forneça meios diversos para o desenvolvimento do debate teórico-político do corpo estudantil por meio de rodas de conversa, reuniões e aulas abertas, grupos de estudo, palestras, cursos, assembleias, plenárias, oficinas e cine-clubes. A estrutura física do CA é significativa para o cumprimento destas tarefas, visto que serve como espaço de reunião, discussão e convivência diária. Entretanto, dada a conjuntura atípica em que estamos, fomos capazes de atuar com qualidade, mesmo sem que pudéssemos estar presentes na sede do CAL. 

Além disso, também devemos nos inserir ativamente nas instâncias de representação institucionais, como congregações e reuniões de departamento, tal qual manter um diálogo com os Representantes Discentes (RDs) e com o movimento estudantil da universidade, em assembleias do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Conselhos de Representantes de Unidades (CRUs). É através dessas esferas que críticas e reivindicações são levantadas, permitindo aos centros acadêmicos da Unicamp direcionar conjuntamente as suas ações de acordo com as demandas estudantis. 

3. Composição da chapa

Vemos o Centro Acadêmico da Linguagem (CAL) como uma entidade representativa de um conjunto plural de estudantes e que, portanto, deve ser também plural em sua composição. Já dentre os membros da chapa Pagu, contamos com estudantes dos cursos de Letras, Linguística e Estudos Literários; que estudam no período integral e no noturno; pessoas engajadas na luta estudantil, feminista, LGBTQ+ e negra. Através da organização e mobilização coletiva de todos os setores estudantis, podemos nos munir das ferramentas de transformação social necessárias para a edificação de uma realidade justa e popular.

Os seguintes estudantes do instituto estão inscritos na composição da chapa:

  • Beatriz Tierno Waberski — Letras Integral 018.
  • Caio Denzel Silva dos Santos — Letras Noturno 019.
  • Daniel Gostautas — Letras Noturno 019.
  • Heitor Duarte Derisso — Estudos Literários 020.
  • Júlia Cristina Zebini — Letras Integral 019.
  • Lais Tardio Depintor — Letras Integral 018.
  • Lara Martins Ribeiro — Letras Integral 020.
  • Larissa Padilha Pires Vieira —Linguística 020.
  • Maria Júlia Santos de Freitas — Letras Integral 019.
  • Maria Vitória Gomes Cardoso — Letras Integral 020.
  • Mônica Maldi Pereira Sacco — Letras Integral 020.
  • Sofia de Almeida e Mello — Estudos Literários 019.
  • Victor Mavassi Sena Machado — Letras Integral 020.
4. Organização interna do CAL

A Chapa Pagu propõe uma forma de organização interna que visa abranger, de forma organizada e eficiente, todas as diretrizes anteriormente apresentadas como responsabilidades de um Centro Acadêmico. O estatuto do CAL [1] prevê a divisão entre Coordenador(a) Geral e Tesouraria, bem como entre outros coordenadores. Tendo em vista nosso objetivo de formar uma chapa de constituição não-hierarquizada — com as deliberações encaminhadas coletivamente nos espaços de reunião, por conseguinte seguidas de forma centralizada por todos os membros da gestão — estabelecemos a nossa organização por meio das seguintes coordenadorias: Organização, Financeiro, Burocracia, Permanência, Pós-Graduação, Eventos e Comunicação. Entendemos por não-hierarquização a compreensão de que nenhuma coordenadoria tem maior importância do que outra, sendo essencial o bom funcionamento de todas para a organicidade da gestão. Além dos demais membros que as compõem, cada uma dessas conta com um coordenador eleito através de amplo acordo pelos membros da chapa. Acreditamos que, com essa divisão, garantimos o cumprimento mais eficiente de nossas tarefas e atendemos de maneira ampla as demandas apresentadas pelo corpo discente do IEL.

  • A Coordenadoria de Organização é responsável por acompanhar e orientar o funcionamento das demais coordenadorias, atribuir a divisão de tarefas, promover a leitura e debate de temas relacionados à vida estudantil — promovendo a formação política dos membros — e garantir a manutenção de uma vida interna saudável entre todos os membros da gestão.
  • Exercendo a função de Tesouraria, a Coordenadoria do Financeiro é responsável por manter o caixa do CAL estável, decidir para quais fins nosso dinheiro será utilizado e promover campanhas financeiras a fim de garantir recursos para a realização de nossos eventos e de outras necessidades referentes ao centro acadêmico e ao instituto.
  • A Coordenadoria de Burocracia lida com as questões burocráticas envolvendo o CAL. Saber lidar com os documentos necessários para o funcionamento interno e externo do Centro Acadêmico, vide os diversos estatutos da universidade, e organizá-los é de responsabilidade desta coordenadoria. Também é sua função lidar com as demais instâncias do IEL e da Unicamp, se manter informada das instâncias deliberativas do Movimento Estudantil — por exemplo: assembleias gerais e Conselhos de Representantes de Unidades (CRUs).
  • A Coordenadoria de Permanência tem como responsabilidade garantir a vivência acadêmica através de ações de apoio a alunos em situação de vulnerabilidade. As demandas feitas mais diretamente pelo corpo discente são atendidas por esta coordenadoria. Seu escopo de atuação abrange desde a estrutura física e pessoal do IEL (reivindicando, por exemplo, mudanças no corpo docente ou acréscimo de funcionários) até situações que envolvam diretamente os alunos, de modo a acolher denúncias de assédio, racismo, LGBTfobia, machismo e quaisquer outros episódios de opressão, bem como a melhorar as condições para os alunos que se encontrem em situação de vulnerabilidade social.
  • A Coordenadoria de Pós-Graduação visa estabelecer na prática a integração dos pós-graduandos com o CAL, que estatutariamente também os representa. Entendemos que suas demandas são diferentes, portanto esta coordenadoria tem o objetivo de conferir atenção especial às demandas e problemas mais próprios à Pós-Graduação, além de proporcionar uma base inicial para se encaminhar a construção de uma APG (Associação de Pós-Graduandos) no IEL.
  • A Coordenadoria de Eventos é responsável por organizar eventos relevantes para a comunidade do IEL, de modo a abarcar questões tanto do Instituto, do Movimento Estudantil da Unicamp quanto questões candentes na conjuntura nacional; e também eventos recreativos (exemplos: saraus, apresentações musicais, exibições de filmes), visando fomentar a boa integração entre funcionários, professores e alunos.
  • A Coordenadoria de Comunicação é responsável por gerenciar o email do CAL, nossos canais de mídias sociais (Facebook e Instagram) e também por divulgar constantemente informes e eventos à comunidade do IEL, tanto através destas mídias como também por meios físicos (cartazes e folhetos espalhados no instituto).
5. Universidade, produção de conhecimento e movimento estudantil frente à atual conjuntura

Entendemos que é cada vez mais necessário dar à nossa produção de conhecimento acadêmico um caráter popular e emancipatório: para pautar as questões e necessidades sociais básicas, os interesses populares e um projeto de soberania nacional que supere a nossa condição de país subdesenvolvido e dependente; para valorizar a promoção de projetos educacionais críticos e comprometidos com a classe trabalhadora, que concebam o ensino da linguagem e da literatura como parte de um projeto pedagógico emancipatório e formador de cidadãos empenhados, através da leitura da palavra, com a leitura do mundo. Defendemos a educação popular, referenciada não pelas cartilhas do Banco Mundial e dos conglomerados empresariais de ensino privado [2], mas pelo legado de Paulo Freire, Dermeval Saviani, Álvaro Vieira Pinto e de tantos outros dos nossos grandes educadores. 

Atualmente, diante da crise de acumulação capitalista [3], as contradições da sociedade e, por conseguinte, da Universidade, se acentuam. Diante disso, ocorre, por um lado, a resposta popular —  como as lutas travadas recentemente em nosso países-irmãos pela América Latina [4] — e, por outro, a materialização da ofensiva do capital, que, no âmbito da educação, busca desmantelar de forma mais violenta suas próprias estruturas estatais, subordinando-as ainda mais ao capital privado. Por isso, faz-se cada vez mais necessário mobilizar e organizar os estudantes, desenvolvendo sua autonomia em relação aos órgãos institucionais da Universidade. Acreditamos que as entidades estudantis têm papel central na realização dessa tarefa.

Precisamos fortalecer e retomar o caráter combativo das nossas entidades de representação estudantil — desde os centros e diretórios acadêmicos até as UEEs (Uniões Estaduais de Estudantes) e, sobretudo, a UNE (União Nacional dos Estudantes). Ultimamente muitas dessas entidades têm se afastado da base dos estudantes, de modo a restringir sua atuação a disputas institucionais. Para a concretização do projeto de universidade pública, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada, realmente democrática e popular, começamos a agir desde já nos espaços do movimento estudantil. Se a universidade popular e uma sociedade mais justa, livre e solidária representa o sol que distinguimos em nosso horizonte, para o qual nos guiamos, o importante é que hoje ele nos faça caminhar. Como já dizia Drummond: “havemos de amanhecer” [5].

Frente ao cenário de pandemia pelo COVID-19 no Brasil, que já alcançou mais de 170 mil mortos até o momento [6], é possível ver que, para os governos federal e do estado de São Paulo, a vida da povo trabalhador brasileiro não vem acima dos interesses dos grandes empresários. A quantidade de mortes não é apenas decorrente de um vírus letal, mas também de um sistema anti-povo, agravado por um governo de extrema-direita que defende privatizações na saúde e não possui um planejamento estratégico de combate ao Coronavírus. Neste momento, o movimento estudantil tem o dever colocar-se ao lado da classe trabalhadora e em defesa da soberania popular frente aos ataques que nossa classe sofre diariamente, não só pela conjuntura, mas pela estrutura de um país de capitalismo dependente. Com a implementação do Ensino Emergencial à Distância, vimos na Unicamp um avanço da precarização do ensino e maior abertura da Universidade para os grandes conglomerados de Educação, que não se restringe ao momento pandêmico. Assim, as lutas estudantis foram dificultadas pelo modelo remoto, mas não pararam e não se esgotarão. Como entidade, devemos continuar a mobilização estudantil contra o avanço do Ensino à Distância (EAD) e em favor das medidas de permanência por uma Universidade feita pela e para a classe trabalhadora.

6. Um panorama sobre o IEL

O Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) existe desde março de 1977. Antes disso, o curso de Linguística, criado em 1968 e nascido de uma corrente muito forte da Filosofia da Linguagem existente no departamento de Filosofia, se localizava no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Com foco inicial em estudos linguísticos, o IEL foi sede do primeiro Departamento de Linguística do Brasil e, em seguida, testemunhou a criação dos departamentos de Teoria Literária e Linguística Aplicada (1982), sob direção do Prof. Dr. Antonio Candido de Mello e Souza.

Desde então, houve mudanças e reformulações no funcionamento do instituto e na composição dos cursos. Passamos a receber alunos do curso de Fonoaudiologia em disciplinas como Fonética e Fonologia, obtivemos diversas mudanças nos catálogos dos cursos, e presenciamos alterações no espaço físico do IEL. Além disso, em 2017 o Departamento de Teoria Literária do IEL (DTL) implantou cotas raciais na pós-graduação e, logo depois, em 2019, tivemos o primeiro ano das cotas raciais e do vestibular indígena na Unicamp. O Centro Acadêmico da Linguagem, desde 2016, demonstra possuir um papel fundamental não só na recepção como também na permanência de todos os estudantes do instituto, e essas questões se mostram cada vez mais urgentes quando se trata do auxílio aos alunos intercambistas, vindos de escola pública, indígenas e ingressantes via cotas raciais. 

A permanência estudantil vem sofrendo cada vez mais ofensivas. Os cortes das bolsas estudantis, tanto na graduação quanto na pós-graduação, se tornam um problema cada vez mais urgente no IEL e na Unicamp, pois fazem com que uma parcela significativa de alunos dependa de realizar atividades remuneradas dentro das modalidades PAD (Programa de Apoio Didático) e PED (Programa de Estágio Docente), precise procurar um emprego, ou busque submeter projetos de pesquisa a agências de fomento. Grande parte dos jovens trabalhadores do IEL integra o curso de Letras no período noturno, de modo que trabalham durante o dia, o que faz com que tenham menos tempo para dedicarem às atividades acadêmicas. 

Outro problema que enfrentamos é que, além dos tópicos abordados anteriormente, nossa grade curricular, enquanto alunos do IEL, exige que cursemos quatro semestres de uma língua estrangeira no Centro de Ensino de Línguas da Unicamp (CEL). Entretanto, o CEL conta com cada vez menos contratações de docentes e, por isso, alguns idiomas não possuem aulas para além dos semestres obrigatórios. Levando em conta que o processo de ingresso na pós-graduação conta com uma prova de proficiência em língua estrangeira, o não-oferecimento de aulas de nível avançado de alguns idiomas no CEL impede que alunos do IEL consigam ingressar no mestrado ou no doutorado no próprio instituto. Com a suspensão de contratações de novos docentes, que ainda não possui previsão de término, junto ao fato de que muitos professores do IEL estão se aposentando, ocorre de algumas disciplinas serem ministradas por pós-doutorandos, que, infelizmente, não recebem salários condizentes com a extensa quantidade de trabalho que realizam. Para mais, gostaríamos de ressaltar a dificuldade em alunos de Letras, Linguística e Estudos Literários conseguirem ser aceitos em disciplinas em outros institutos —  ou até reingressarem em outros cursos —, ao passo que nosso instituto possui um histórico amplo de aceitação de matrículas de estudantes de fora do IEL em disciplinas e cursos de graduação. Por fim, é relevante mencionar que, dentre os estágios remunerados oferecidos no catálogo da Unicamp, pouquíssimos são voltados ao IEL.

É fato que cada curso do IEL possui suas próprias demandas e reivindicações e, por isso, o CAL tem como função escutar as necessidades dos alunos, de modo a dialogar com docentes, funcionários e membros da direção, garantindo, assim, que os estudantes tenham voz no próprio instituto. Os estudantes do período noturno, por exemplo, não se sentem contemplados pelos horários em que é realizada a maior parte dos eventos no IEL, dado que uma parcela significativa desses estudantes trabalha durante o dia e os alunos de Estudos Literários possuem questões relativas à composição do curso e à sua menor visibilidade.

Isso posto, é dever do Centro Acadêmico garantir que as dificuldades, críticas e sugestões levantadas pela comunidade discente sejam levadas às instâncias deliberativas do IEL, bem como aos docentes e à direção, de modo que o instituto seja um ambiente em que sejam pautadas e tratadas a permanência estudantil e as reivindicações dos alunos. 

Ao longo do ano de 2020, o papel do Centro Acadêmico da Linguagem se estendeu a mobilizar a categoria discente contra o avanço do Ensino Remoto, proposto pela reitoria [7] [8] e endossado pela direção do IEL no instituto [9], a fim de barrar esse avanço e buscar garantir a permanência dos alunos na Universidade. Por meio de assembleias, formulários e contato com a base dos estudantes, o Centro Acadêmico coletou as demandas dos alunos surgidas nesse período de ensino remoto e levou-as às instâncias deliberativas do Instituto, de modo a garantir à comunidade discente condições possíveis de se levar o semestre a diante. Embora nem todas as pautas dos estudantes tenham sido encaminhadas, não desistimos da luta e nos mantivemos firmes ao longo dos semestres em defesa da permanência estudantil, junto à comunidade discente.  

7. Nossas propostas
  • Organizar uma comissão de boas vindas a fim de promover a recepção dos ingressantes de 2021 com eventos informativos e recreativos (recepção nos dias de matrícula, rodas de apresentação, atividades de integração entre calouros e veteranos).
  • Organizar e disponibilizar aos ingressantes de 2021 o ManuIEL, que contém informações úteis a fim de orientá-los a uma adaptação mais tranquila ao ambiente universitário (informações sobre a Unicamp, as instâncias de deliberação da universidade, as entidades de representação estudantil, o IEL, os espaços e eventos acadêmicos, os estabelecimentos de Barão Geraldo, as linhas de ônibus, acúmulos sobre as aulas EAD, etc.)
  • Promover uma apresentação do CAL e da Chapa Pagu aos ingressantes a fim de convidá-los a participar ativamente na construção da nossa gestão.
  • Promover uma melhor integração dos estudantes indígenas, intercambistas e refugiados ao Instituto.  
  • Divulgar os informes e eventos de interesse do corpo discente, virtualmente e, mediante retorno das atividades presenciais no IEL, por meio de passagens em sala e cartazes.
  • Realizar reuniões abertas, divulgadas com antecedência, e reuniões ordinárias  marcadas alternadamente nos horários de almoço e de janta, a fim de viabilizar a participação dos estudantes do período noturno.
  • Manter uma relação constante com o DCE — incluindo a nossa presença nos Conselhos de Representantes de Unidade (CRUs) —, com a APG-Central e outras entidades representativas do movimento estudantil da Unicamp.
  • Manter  uma relação constante com a direção do instituto.
  • Manter contato constante com docentes e funcionários do instituto, viabilizando uma aproximação destes com a comunidade discente.
  • Mediante o retorno das atividades presenciais, realizar frequentemente mutirões de limpeza do espaço físico do CAL 
  • Seguir  rigorosamente os artigos registrados no Estatuto do CAL [1].
  • Atualizar  frequentemente o site do CAL [10] e nossos canais de mídia no Facebook e Instagram.
  • Promover eventos referentes aos estudos da linguagem que sejam de interesse dos estudantes de Estudos Literários, Linguística, Letras Noturno e Letras Diurno.
  • Promover eventos, atividades de formação e espaços de discussão sobre temas prementes na conjuntura política, sobretudo universitária —  como a função de classe da universidade e as formas de materialização dessa função —, amplamente divulgados na comunidade do instituto. 
  • Promover eventos recreativos (durante o período de pandemia, realizar partidas jogos online e com o retorno ao Instituto, realizar saraus, campeonatos de Just Dance, karaokês, cineclubes, etc.), a fim de fomentar a integração entre funcionários, docentes e discentes do IEL.
  • Realizar, após o retorno das atividades presenciais na Unicamp, uma Semana de Estudos Literários a fim de promover a visibilidade do curso tanto internamente quanto para outras universidades.
  • Estabelecer um canal comunicativo com os estudantes da pós-graduação, com os representantes discentes da pós e com a APG Central a fim de proporcionar os primeiros passos para a criação de uma APG (Associação de Pós-Graduandos) no IEL.
  • Após a volta das aulas presenciais no IEL, solicitar a flexibilização dos horários de uso da Informática, inclusive o uso durante o período da madrugada (vide como se faz no “bitolódromo” da FEEC e como se fazia antigamente no próprio IEL).
  • Recolher e encaminhar as novas propostas a serem apresentadas, ao longo do ano de 2021, pela comunidade discente em nossas reuniões abertas.
  • Manter contato com os Representantes Discentes do Instituto de Estudos da Linguagem e da Unicamp, para acompanhar e auxiliar na garantia das demandas estudantis.
  • Posicionar-se e organizar medidas concretas contra o avanço do EAD durante e depois da pandemia junto à base dos estudantes.
  • Colocar-se ao lado dos estudantes na luta pela permanência e em favor das bolsas.
  • Junto aos Representantes Discentes do Departamento de Teoria Literária e aos estudantes do IEL, impulsionar a discussão sobre a implementação de cotas para pessoas transexuais na pós-graduação do Departamento e realizar as tarefas necessárias para que essa medida seja concretizada. 
  • Promover atividades regulares que visem o fomento a ferramentas de pensamento crítico político acerca da nossa realidade material como assembléias, grupos de trabalho, plenárias, grupos de estudo, rodas de conversa, cine clube.
  • Trabalhar junto aos docentes para que as disciplinas obrigatórias oferecidas a ingressantes indígenas tenham um suporte acadêmico adequado para atender a demandas específicas desse grupo, lançando mão de PAD, PED e grupos coletivos de reforço para tanto.

REFERÊNCIAS
[1] Estatuto do Centro Acadêmico da Linguagem.
[2] “Kroton Educacional: ‘Em termos de educação pública nunca experimentamos um inimigo com uma força social tão concentrada como esse’”.
[3] “Epidemia econômica: Covid-19 e a crise capitalista”.
[4] “América Latina rebelada: A Projeção Continental do Povo e a geopolítica da força”.
[5] ANDRADE, Carlos Drummond de. “A noite dissolve os homens”. In: Sentimento do mundo. Rio de Janeiro, RJ: Record, 1995. 
[6] Síntese de casos, óbitos, incidência e mortalidade. Painel Coronavírus Brasil.
[7] Resolução GR-035/2020, de 24/03/2020. Procuradoria Geral da Unicamp.[8] Resolução GR-037/2020, de 24/03/2020. Procuradoria Geral da Unicamp. [9] “Informe à comunidade do IEL sobre o andamento do Ensino Emergencial à Distância (EEAD) e como essa questão foi pautada na Congregação do dia 2 de abril”. CAL UNICAMP.
[10] Site do CAL.


Versão da carta-programa em pdf: